sábado, 28 de junho de 2008

Olá pessoal. Quem leu a trilogia do Vale do Vento Gélido e é fã de D&D, especialmente Forgotten Realms vai adorar esse vídeo! Trata-se da jornada de Drizzt, Bruenor, Wulfgar e Regis rumo ao Salão de Mithral. Pelo menos essa era a idéia. Porém, no caminho deles surge Artemis Entreri, arqui-rival de Drizzt

Super Size Me



Super Size Me. EUA, 2004. Documentário. 98 min. Direção: Morgan Spurlock



Quando ouvimos falar em Super Size Me, documentário dirigido pelo americano Morgan Spurlock, um monte de palavras fortes nos vem à cabeça: polêmica, denuncia, Mc Donald´s, obesidade, saúde, choque, etc. Talvez a indicação ao Oscar de melhor documentário de 2004, e a boa recepção por parte do público em festivais ao redor do globo sejam os fatores responsáveis pela polêmica ao redor do filme. Bem, na verdade, ao ver o filme, não vemos nada de tão chocante e polêmico.

Spurlock é uma cria do aclamado Michael Moore, e Super Size Me parece seguir a trilha dos sucessos Tiros em Columbine e 11/9. Porém, esbarramos aqui com um pequeno problema: Moore relatava algo realmente inédito e importante em seus filmes como crianças usando armas de fogo, o massacre de Columbine, as falcatruas de George W. Bush e outras tantas. Morgan, por outro lado, não nos mostra quase nada de novo, e ainda faz um estardalhaço sobre um assunto que todos já conhecem: fast food é nocivo à saúde.


Até o mais ingênuo sabe dos malefícios desse tipo de alimento. Todos sabem que Mc Donald´s engorda, aumenta colesterol, ataca o fígado e todas essas coisas. Tudo o que o diretor faz, é servir de cobaia se “envenenando” com fast-food durante um mês sob observação médica. Morgan Spurlock se submeteu a rigorosos exames antes, durante e depois da dieta, apenas pra dar nomes científicos aos males que todos já conhecem. Um esforço realmente desnecessário, uma vez que qualquer Globo Repórter da vida, ou entrevista com Drauzio Varela nos mostra isso quase todos os dias.

O mérito da produção está em mostrar a alimentação servida nas escolas americanas, tão nocivas à saúde dos alunos, quanto qualquer lanche no Mc Donald´s. Morgan é feliz em trazer à tona esse problema pouco conhecido (ou ignorado) pelas pessoas. E só.


A impressão final é de um filme óbvio, previsível e desnecessário. Provavelmente muitas pessoas ao terminar de assistir Super Size Me pensaram “Puxa! É isso? Tanto barulho por isso? ”

Dogville









Nas Lojas Americanas daqui, costuma ter, lá no fundo do estabelecimento, uma piscina dessas de 1000 litros recheada de filmes em DVD. A maioria dos títulos ali encontrados é de filmes de ação que vão do ruim ao péssimo. Entre montes e montes de coisas estreladas por Steven Segal, Van Damme , Marc Dacascos e afins é possível encontrar, com um pouco de paciência e boa vontade, algumas pérolas. Já achei ali preciosidades como Cães de Aluguel e Trainspotting. Sábado passado, lá estava eu procurando por coisas boas perdidas ali no meio, e eis que encontro Dogville. Um filme obscuro que eu tive a oportunidade de assistir alguns anos atrás.

Esta produção, escrita e dirigida pelo dinamarquês Lars Von Trier, se mostra revolucionária tanto no aspecto técnico quanto no artístico. Ao contrário das grandes produções recheadas de efeitos especiais primorosos, cenografia incrivelmente detalhada e outros recursos que acabam, muitas vezes, camuflando uma trama pobre e interpretações fracas, temos aqui um total abandono de tais elementos. O diretor, mostra que é possível fazer um bom filme sem orçamentos astronômicos. Dogville é corajoso porque abdica quase totalmente de elementos cenográficos. A vila que serve de pano de fundo pro filme e dá nome ao mesmo, é toda desenhada no chão preto de um estúdio, como se fossem gigantescas plantas de arquitetura. Isso demonstra uma enorme confiança no excelente roteiro, que por si só, prende o espectador do inicio ao fim dispensando qualquer cenário. Tudo depende apenas da narrativa primorosa e do elenco pra lá de competente. O resto é resto.

Uma observação mais atenta mostra certa semelhança com a estrutura narrativa de um romance literário. O roteiro é dividido em nove capítulos, um prólogo e um epílogo, como em muitos livros. O narrador, em off, nos remete à leitura de um romance em que o “narrador onipresente”, que observa tudo de fora e enxerga o íntimo dos personagens expondo seus pecados e segredos.

Os mais atentos poderão traçar um paralelo com a obra de Machado de Assis. Sabe-se que esse autor retrata em suas obras o ser humano em detalhes, dissecando sua alma e revelando seus podres. A visão pessimista de Machado em relação à humanidade, de certa forma, projeta sua sombra em Dogville: uma humanidade chantagista, pervertida, egoísta e corrupta aparece no filme, tal como nos livros do consagrado autor brasileiro. Obviamente o célebre escritor não serviu de inspiração para a o filme, tão pouco o diretor Lars Von Trier sequer tenha ouvido falar das clássicas obras naturalistas de nossa literatura. Porém, a visão pessimista em relação ao homem está presente em ambas.

O filme se passa nos Estados Unidos, nos anos 30. Conta a história de uma cidadezinha , situada em um ponto quase inacessível das Montanhas Rochosas, que acolhe relutantemente Grace, uma bela fugitiva, vivida por Nicole Kidman. O povo do lugarejo aceita, esconder a moça dos mafiosos e da polícia em troca de pequenos serviços. Porém, quando às autoridades pregam nas casas de Dogville um cartaz de “procura-se”, as pessoas do lugarejo começam a mostrar seus lados cruéis, exigindo mais trabalho da forasteira por mentirem pra policia. Grace (Kidman) se torna então uma escrava da cidade, passando por todos os tipos de humilhações possíveis, chegando ao ponto, de ser violentada por todos os homens da aldeia e com isso, virando alvo da ira das mulheres locais.

No clímax, o roteiro mostra seu brilhantismo ao aludir Grace com Cristo e os gangsters com Deus. A fugitiva dá a entender que os moradores da cidadela merecem serem perdoados, por não serem responsáveis por suas maldades. Algo parecido com o que Cristo disse a Deus na cruz: “Pai, perdoai-vos, pois não sabem o que fazem”. O trama, porém, conclui de uma maneira não tão clemente como na Bíblia. A protagonista chega à conclusão que aquelas pessoas são podres, e que o mundo seria um lugar melhor se a cidade fosse riscada do mapa.

Dogville prova que apenas um bom roteiro e um bom elenco são suficientes, e que mesmo com baixo orçamento, é possível fazer uma obra com qualidade.

Altamente recomendável.
Saudações amigos.

Códices e Alfarrábios nasceu através da minha vontade de gozar das ferramentas do blogger. Na verdade esse novo blog é uma nova encarnação do antigo "O Limbo". No Limbo a coisa era bastante relaxada, sem a menor preocupação com a qualidade. Se minha agenda permitir, pretendo fazer do códice um espaço pra textos mais caprichados, mas é provavel que ocasionalmente a coisa fique mais relaxada também. Tudo vai depender se eu estiver com saco ou não.

Como estudante de Letras, esse espaço servirá como treinamento pra minha escrita e desenvoltura do meu estilo. Ocasionalmente, postarei trabalhos acadêmicos que tenham me deixado satisfeito, textos sobre RPG, sobre minha campanha de Forgotten Realms. Resenhas de filmes, cds e livros também serão uma constante, assim como postagens de humor. Futuramente postarei também textos literários de minha autoria, e também (quem sabe?) de amigos meus. Bom, por enquanto é isso. Espero que curtam.

Até a próxima.