sábado, 13 de setembro de 2008

Bienal do Livro em São Paulo





Faz um bom tempo que não posto nada por aqui. O trabalho árduo, a faculdade puxada e vida de casado não me deixam muito tempo pra dedicar-me a essa humilde página como deveria. Nos raros momentos em que consigo respirar um pouco, escrevo para um novo espaço totalmente dedicado ao RPG e as aventuras de meu grupo de jogo. Minha atenção, por enquanto, permanecerá focada no novo blog, pelo menos até eu concluir os posts introdutórios (resumo da campanha, personagens, plots, perfil dos jogadores...), que servem para situar o ocasional leitor em nosso universo de jogo, e colocá-lo a par dos acontecimentos da trama. Terminada essa etapa inicial, o novo blog, o Altar de Selûne, contará com postagens quinzenais ou mensais que resumiram os eventos de cada sessão de jogo. Mas, de modo algum, isso significa que os Códices permanecerão encostados na prateleira empoeirada esperando que as traças os devorem. Para não deixar isso acontecer, hoje falarei um pouco sobre meu passeio na Bienal do Livro de São Paulo, no último dia 24 de agosto.

O diretório acadêmico da faculdade em que estudo organizou uma excursão o evento literário no final do mês passado. Eu estava empolgado, pois era a primeira feira do livro em São Paulo. Vale lembrar, que eu visito a versão carioca desse delicioso evento desde 1993, quando eu ainda era um pirralho. Desde então eu compareci a TODAS as edições, perdendo apenas a de 2005 por motivos de força maior. Mesmo com todo o frenesi que precedia o evento paulistano, foi sentido um gostinho de decepção antes mesmo de pegar o ônibus.

A coisa toda já começou meio broxante por eu ser um dos únicos do 3º ano de Letras a ter disposição para ir ao evento. Foi vergonhoso ver os ônibus contratados apinhados de estudantes de Administração, Economia e até mesmo Engenharia rumo a capital paulista, enquanto os assentos ocupados por estudantes de Letras contavam-se nos dedos e uma mão. Uma lástima. Resultado: foi uma aventura solitária, e só por isso já perdera metade da graça em relação as anteriores.

Chegamos ao Anhembi antes da feira começar. Acumulava-se frente aos portões de entrada, centenas de pessoas, e ali mesmo me perdi do grupo. Logo na primeira rua, deu pra perceber que a Bienal Paulistana carecia do charme de sua irmã carioca. Ao contrário do evento realizado no Rio Centro, todos os stands, de todas as editoras, localizavam-se em um único e imenso pavilhão, o que deixava o visitante um pouco confuso e perdido. Pareceu que a feira carioca é maior (talvez por ser fragmentada em diversos pavilhões) e gozava de mais variedades e atrativos. Mesmo assim me deparei com algumas coisas realmente legais e outras apenas curiosas.

O stand da Fundação Volkswagen exibia uma réplica reduzida do novo modelo de seu Gol, com uns noventa centímetros de altura apenas (aposto que muitas crianças pediram aos pais um desses).

Mais adiante, sendo fotografado por um punhado de curiosos, estava o suposto maior livro do mundo, com altura de um homem adulto. Tratava-se de uma versão king size do espetacular livro que coloriu minha imaginação no final dos anos 80 e início de 90: O Pequeno Príncipe.

Eu já estava perdendo as esperanças de assistir a alguma palestra interessante ou algo do gênero, quando me deparei com uma excelente entrevista com um expert na obra do genial Machado de Assis, que respondeu a muitas dúvidas que eu tinha a respeito da obra Machadiana, mas também gerou novas.

Quando avistei o stand da editora Martins Fontes, pensei “Oba! Vou comprar a obra do Tolkien por uma pechincha”. Ledo engano. Minha vontade de ter o volume único d´ O Senhor dos Anéis se desfez quando o vendedor me disse que custava “só” R$120,00. Um pouco desiludido, segui para a Saraiva, e lá consegui comprar o mesmo livro por R$ 55,00.

Estava na hora de procurar algum material pro meu bom e velho RPG, e achei o stand da Devir. Imediatamente adquiri o Livro do Jogador para Faerûn, e apenas isso. A Devir tava fraca esse ano: não tinha nenhum Monster Manual, e pouca variedade de títulos importados, bem como a total ausência das cobiçadas D&D miniatures. Sem mais nada para me prender a atenção, saí dali.

Lá pelas quatro horas da tarde cheguei ao stand da Daemon Editora. Lá troquei algumas palavras com o autor dos RPGs Trevas e Arkanun, Marcelo Del Debbio, e também com o Norson; mas foi coisa rápida. Foi apresentado aos dados fabricados pela empresa, e embora tenha achado alguns mal acabados, gostei da maioria por serem de cores inusitadas e bonitas. Tinha dado para todos os gostos. Del Debbio estava lançando sua Enciclopédia de Mitologia, e marcava presença no evento vestido com um manto negro e capuz, o que na minha opinião ficou engraçado. Outros fantasiados estavam presentes, e até um harpista improvisava uns acordes para o público.

A Bienal do Livro de São Paulo chegava ao fim pra mim, deixando um leve gosto de decepção. Estava na hora de voltar pro ônibus e viajar de volta pra casa. Resta agora esperar pela minha querida feira no Rio de Janeiro, em 2009.

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